Lutadores analisam novo programa de performance e saúde do Ultimate
- leandrotumasz4
- 4 de jun. de 2015
- 4 min de leitura

O UFC revelou nesta quarta-feira osdetalhes de sua nova política antidoping. O programa global será desenvolvido em parceria com a USADA (Agência Antidoping dos EUA), que terá total independência para realizar um total de 2.750 testes por ano em períodos dentro e fora de competição (média de cinco testes por lutador), além de aplicar punições significativas para os atletas flagrados por uso de substâncias ilegais.
Na oportunidade, o vice-presidente de Performance e Saúde dos Atletas do UFC, Jeff Novitzky, também apresentou uma outra parte do projeto, que conta com parcerias com as empresas Fusionetics, Exos e Cleveland Clinic para melhorar a performance e treinamento dos lutadores e evitar lesões. Ele anunciou que o Ultimate está construindo um centro de treinamento e reabilitação chamado de UFC Lab, que estará à disposição de todos os atletas da organização.
- Estamos criando esse UFC Lab porque tivemos muitas lesões no ano passado, muitas lutas principais caíram por conta de lesões e estamos tentando “arrumar” isso, educando os atletas e fazendo o que podemos para prevenir situações como essa. Você não deveria estar fazendo sparring duro todo dia quando tem uma luta grande se aproximando. Esses caras estão treinando errado, o esporte precisa se desenvolver, os treinos também, além da nutrição. Estamos tentando educar os atletas e os treinadores e tudo tem sido muito bem recebido. Não estou tentando tirar os caras das academias ou dizer que eles não estão treinando direito ou não sabem treinar. Só estamos tentando educar lutadores e treinadores - explicou Dana White durante a coletiva de imprensa do evento.
Michael Chiesa revelou que Ultimate vai custear sessões em centros de treinamentos dos EUA
Segundo o peso-leve, Michael Chiesa, que acompanhou o anúncio do novo programa, o apoio do Ultimate aos atletas irá muito além dos tratamentos e treinamentos no UFC Lab, que ficará sediado em Las Vegas:
- Vamos dizer que eu quero treinar para uma luta fazendo o meu condicionamento físico de forma bem científica. Ou se eu estivesse me recuperando de uma lesão e quisesse voltar à forma e fazer com que o meu corpo se restabeleça logo. Então posso ir para um dos centros do Exos (que tem campus em Phoenix, Los Angeles, San Diego, Dallas e até na América do Sul) e aí, em um só local, posso entrar em forma e aprender sobre nutrição, reabilitação, manutenção própria do corpo e isso é algo que muitos de nós não ligamos. Posso falar isso por mim mesmo, porque eu deixo de lado. Às vezes eu penso: “Não preciso alongar, não preciso fazer isso ou aquilo para uma luta de 15 minutos”. Mas esse é um passo importante para todos nós e espero que todos possamos tirar vantagem dessa ferramenta que eles estão nos oferecendo e pagando por ela. São US$ 50 por dia ( cerca de R$ 150) para uma sessão de uma hora e meia. Então, pense em termos de camp de treinamento: se eu vou três ou quatro vezes por semana, isso vai me custar US$ 200 (R$ 600). Em oito semanas, o custo sobe pra uns US$ 2 mil (R$ 6 mil). E o UFC vai bancar isso. É excelente! - comemorou.
Claudia Gadelha: "Fica muito difícil para o atleta brasileiro buscar esses métodos, porque a gente não tem a tecnologia que se tem aqui nos EUA"
Já a peso-palha Claudia Gadelha, que não participou do anúncio mas que estava em Las Vegas para participar de um treinamento do Ultimate sobre o assunto, elogiou as novas medidas, mas mostrou certa frustração por não acreditar que esse tipo de benefício será concedido ao atleta que mora fora dos EUA:
- Eu acho que fica muito difícil para o atleta brasileiro buscar esses métodos, porque a gente não tem a tecnologia que se tem aqui nos EUA. Para eles aqui, realmente vai ser vantajoso, mas para a gente no Brasil não é bem assim. Para ter acesso a esses benefícios, nós teríamos que viajar para cá e eu não sei direito como vai funcionar para os atletas que não são daqui, o que é uma pena.
Apesar da preocupação da peso-palha, o hall da Fama do UFC e ex-campeão peso-meio-pesado, Forrest Griffin, que está envolvido no novo projeto, explica que a intenção inicial do Ultimate é oferecer informação a todos os atletas, independente do país em que moram:
- Claro que a melhor coisa seria fazer os nossos profissionais visitarem alguns camps e passar alguns pontos chaves, do tipo: isso é o que fazemos, é assim que funciona, para que eles integrem isso ao seu próprio sistema. Eu não acho que vai haver alguma razão para eles não gostarem, talvez alguns treinadores vão dizer que estão fazendo isso há muito tempo e querem treinar dessa forma, mas os atletas mais jovens sabem que isso vai ser mais fácil para o corpo deles. Esse cara, o Jeff Novitzky, tem a Ciência por trás de tudo, ele sabe do que está falando e isso vai permitir que você ganhe mais dinheiro, lute por mais tempo e tenha uma carreira de mais sucesso com menos lesões. Então eu acho que qualquer pessoa vai deixar o Jeff indicar o caminho. E eu sei que o Brasil provavelmente já faz isso no futebol - finalizou.
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