De volta aos treinos, Durinho mira luta com Myles Jury, Jim Miller ou Lauzon
- leandrotumasz4
- 22 de jun. de 2015
- 8 min de leitura

Invicto na carreira após 10 combates e com três vitórias no Ultimate, Gilbert Durinho mira alto ao pensar em seu próximo combate. Praticamente recuperado de uma fratura na costela que sofreu em abril, quando se preparava para enfrentar Norman Parke no UFC Goiânia, que foi realizado no dia 30 de maio, o faixa-preta de jiu-jítsu agora quer ter pela frente outro especialista na arte suave para se testar na organização. Seu alvo principal é Myles Jury, número 9 da divisão dos leves (até 70kg), mas o brasileiro não descarta confrontos contra os experientes Jim Miller ou Joe Lauzon.
- Hoje preferia mais o Jury, que está mais em cima no ranking, mas com o Jim Miller também seria um lutão. O Joe Lauzon também, mas ele está mais em baixa. Prefiro um cara com mais vitórias, mas os três seriam ótimos. Nenhum dos três foge nem da luta em pé e nem do chão, mas, se pudesse escolher, se estivesse no Big Brother e fosse o líder, ia escolher o Myles Jury - afirmou Durinho, em entrevista ao Combate.com.
Gilbert Durinho quer Jury, Miller ou Lauzon como seu próximo oponente no Ultimate
Perto de ser liberado para fazer sparrings, o lutador planeja voltar entre o fim de agosto e início de setembro para ter tempo de fazer uma boa preparação. A preparação dos lutadores da Blackzilians, inclusive, foi alvo de reunião interna entre os membros da equipe. Após Vitor Belfort, Anthony Johnson e Matt Mitrione levarem a pior no chão contra Chris Weidman, Daniel Cormier e Ben Rothwell, respectivamente, mudanças foram feitas, aumentando a ênfase nas técnicas de solo no treinamento dos atletas.
- Como a gente perdeu a luta do Vitor no chão, do Anthony no chão, e o Mitrione também acabou finalizado (por Ben Rothwell), a gente resolveu trocar um pouco essa ênfase. Todo mundo treina de tudo aqui e botamos ênfase maior na parte de grappling, wrestling, jiu-jítsu, parte de clinche... Só mudou isso: a ênfase - analisou.
Confira a entrevista completa:
COMBATE.COM: Como está fisicamente depois dessa lesão?
Gilbert Durinho: Tem sete semanas que sofri minha lesão. Tive uma fratura na costela treinando com um parceiro meu, um cara mais novo. Faltava pouco mais de um mês para a luta (contra Norman Parke, no UFC Goiânia) quando aconteceu e fraturei. No começo estava ruim para andar, respirar, tossir, espirrar... Doía muito. Foi difícil. Comecei a recuperação, não podia tomar pancada e fazer muita coisa. Com três semanas a um mês, o médico me liberou para correr e melhorou muito. Agora tem sete ou oito semanas e já estou liberado para fazer os treinos. Não posso tomar pancada, mas já voltei a fazer jiu-jítsu, wrestling, escola de combate, manopla, parte de força. Mais uma ou duas semanas e o médico me libera para tomar golpe no local e volto a fazer luta também, que é a única coisa que não estou fazendo.
Seguindo esse prognóstico, acredita que volte a lutar quando?
Agora estou recuperado. Em duas semanas volto para o treino duro. Queria fazer um bom camp para essa luta, então no mês de julho vou estar 100%. Quero treinar o mês todo de julho e agosto e, no final de agosto para começo de setembro, seria uma data ótima, já que estarei 100% para lutar contra qualquer um.
Gilbert Durinho planeja voltar ao octógono no fim de agosto ou início de setembro
Algum adversário que gostaria de enfrentar no seu retorno?
Tem vários caras que quero enfrentar e, uma das coisas que quero, é mostrar que tenho um jiu-jítsu de alto nível. Se não é o melhor, é um dos melhores do UFC. Principalmente da minha categoria. Quero enfrentar essa galera que tem um bom jiu-jítsu. Sei que meu jiu-jítsu é um dos melhores da categoria, mas que tem caras bons nela e quero me testar com eles. Tem o Myles Jury, que é conhecido pelo jiu-jítsu e quero lutar. Tem também o Joe Lauzon. Outro cara que tenho muita vontade de lutar é o Jim Miller. Quero desafio, lutar com caras bons. Não tenho muito que escolher, mas lógico que tenho preferência. São caras que acho que o jogo bate, principalmente caras que são do jiu-jítsu e vão aceitar o jogo; São lutas que o público iria gostar. Estou aqui para lutar. Quero pegar experiência. Essa lesão veio para me frear, porque eu já ia emendar uma luta atrás da outra. Agora é voltar a treinar, porque a hora que o UFC me chamar estarei pronto contra quem for.
Qual desses você acha que casa melhor com seu jogo?
Acho que os três casam bem e seriam grandes lutas. Hoje preferia mais o Jury, que está mais em cima no ranking, mas com o Jim Miller também seria um lutão. O Joe Lauzon também, mas ele está mais em baixa. Prefiro um cara com mais vitórias, mas os três seriam ótimos. Nenhum dos três foge nem da luta em pé e nem do chão, mas, se pudesse escolher, se estivesse no Big Brother e fosse o líder, ia escolher o Myles Jury.
Tivemos erros cometidos durante os treinos, mas acho que foi bom. É a diferença do sábio para o inteligente. O inteligente erra para aprender. O sábio aprende com o erro dos outros. Vi algumas coisas erradas e já mudei meu treinamento. Tivemos reuniões com o time inteiro, isso só me motivou, vi o quanto o Anthony treina, o Vitor treina, onde eles chegaram e sei que qualquer um pode chegar lá"
Gilbert Durinho
Você falou que quer se testar no jiu-jítsu contra os melhores da divisão. Hoje você se considera um lutador completo?
Lógico. Passei por boas lutas e enfrentei vários lutadores experientes. Na estreia no UFC fiz uma luta muito dura (contra Andreas Stahl, quando venceu por decisão unânime), que lutei na maior parte do tempo em pé. Nessa última luta (vitória por finalização sobre Alex Cowboy, no terceiro round) mostrei que tenho queixo e que posso acabar com a luta em qualquer momento, não só nos primeiros rounds. Acho que estou completo sim, mas sei que ainda tenho muito a aprender, potencial para melhorar muito em todas as áreas, mas me viro em todas elas. Ainda estou em evolução, tenho muito a evoluir, mas me considero completo sim. Tenho um jiu-jítsu de alto nível, wrestling também, minha trocação está melhorando muito e posso lutar em pé com qualquer um da categoria. Meu objetivo é melhorar, ficar cada vez mais completo e perigoso tanto no boxe, quanto no kickboxing. Quero que o adversário pense que eu troco bem, não fujo da trocação, tenho poder de absorção de golpes e de nocaute e que, se eu derrubá-lo, ele está frito. Quero meus oponentes cada vez mais preocupados em não ir para o chão e, ao mesmo tempo, que eu posso também nocautear
Como ficou e como está o clima na Blackzilians depois das derrotas do Vitor Belfort e Anthony Johnson?
Sentimos muito. Eu senti pra caramba, mas é bola pra frente. Temos que aprender com as derrotas. Tivemos erros cometidos durante os treinos, mas acho que foi bom. É a diferença do sábio para o inteligente. O inteligente erra para aprender. O sábio aprende com o erro dos outros. Vi algumas coisas erradas e já mudei meu treinamento. Tivemos reuniões com o time inteiro, isso só me motivou, vi o quanto o Anthony treina, o Vitor treina, onde eles chegaram e sei que qualquer um pode chegar lá. O (Fabricio) Werdum, o Rafael (dos Anjos), vejo de perto o quanto o pessoal treina e se dedica. Não tem caminho fácil, não tem atalho, temos que treinar da maneira correta e sair da zona de conforto. Acho que hoje em dia o clima já está bem melhor na academia, mas temos que mudar algumas coisas, melhorar alguns aspectos. Agora é bola pra frente, página virada.
Durinho viu problemas na preparação de Vitor Belfort para enfrentar Chris Weidman
Pode especificar os erros que foram detectados no treinamento?
Vamos focar muito na parte de grappling (luta agarrada), que acho que foi o defeito na luta, mas é detalhe. Detalhe faz a diferença e isso só me motivou a buscar esse título para a academia. O treinamento teve de tudo, treinamos muito, mas aconteceu que o Vitor e o Johnson nocauteavam a maioria dos sparrings no começo dos treinos e estávamos muito confiantes no nocaute. Como vimos isso, a ênfase foi mais na trocação, sem deixar nada de lado. Como a gente perdeu a luta do Vitor no chão, do Anthony no chão, e o Mitrione também acabou finalizado (por Ben Rothwell), a gente resolveu trocar um pouco essa ênfase. Todo mundo treina de tudo aqui e botamos ênfase maior na parte de grappling, wrestling, jiu-jítsu, parte de clinche... Só mudou isso: a ênfase. O estilo do Henri (Hooft, treinador principal da Blackzilians) é muito de nocauteador, acabar com a luta em pé. Pode ver que da equipe ninguém fica brincando muito, todo mundo põe pressão. Nas lutas do Vitor, ele põe pressão em pé, do Anthony também, do Michael Johnson, até nas minhas eu ponho pressão em pé, buscando esse jogo. Então agora estamos dando um pouco mais de ênfase no chão, não só por causa de uma luta, mas porque o pessoal não está mais querendo ficar em pé com a galera da Blackzilians. Essa é a verdade. A galera está evitando nossa trocação e vamos ficar mais ligados nas outras áreas. Mas esse clique que demos de dar mais ênfase no jiu-jítsu é porque a galera não vai querer ficar em pé com a gente.
Você disse que os lutadores não querem enfrentar os atletas da Blackzilians em pé, mas no seu caso é diferente. O normal é que não queiram ir para o chão com você. Como isso afeta seu treinamento?
Estou ajudando mais a galera na parte de chão, mas continuo com meu foco de melhorar em tudo. Quando paro para ver meu treino, o que penso é que não posso perder a minha origem, que é o jiu-jítsu, mas é um jiu-jítsu diferente. Vou para finalizar e não importa se é por baixo ou por cima, vou para acabar com a luta, sou bem agressivo. Meu jiu-jítsu tem que estar afiado, é a minha primeira regra. Segunda regra: só uso o jiu-jítsu se meu wrestling estiver bom. Vou por etapas. Para usar meu jiu-jítsu, meu wrestling tem que estar bom. Mas sei que a luta começa em pé, sei que só vou usar o wrestling depois que chegar numa certa distância. Sei que tenho que me dedicar em todas as artes e, no meu caso, tenho que treinar minha fraqueza, o que tenho de menos completo, que é a parte em pé, que treino a bem menos tempo que todo mundo. Não posso ficar na zona de conforto, treinando só wrestling e jiu-jítsu. Tenho que treinar isso para estar no tempo, afiado, surpreendendo, mas sei que tenho que treinar a trocação. Tem luta que vai ser difícil derrubar e preciso treinar de tudo. Tenho uma grande amizade com o técnico Henri, é um cara que a gente tem um relacionamento bom, gosto de ter no meu córner, é um amigo meu, tenho muita confiança e a gente treina toda semana com ele. Melhorando, pegando pequenos detalhes. Acho que isso dos treinos é uma coisa do grupo, mas, ao mesmo tempo, cada um tem que treinar a parte individual. Mesmo tendo o problema do grupo, cada um tem suas qualidades e defeitos. O que é bom, quero deixar melhor O que é ruim, tenho que deixar bom. Tenho que estar com várias armas. Estou indo para uma guerra e quero afiar tudo que puder, ter o máximo de armas que puder, para estar pronto no dia da guerra.
Posts recentes
Ver tudoEm fase final de preparação para a disputa do ADCC 2015, que acontece dias 29 e 30 de agosto, em São Paulo, o tetracampeão mundial...
Comments